sábado, 2 de fevereiro de 2008

Adeus a este blog

Percebo a intenção do António Delgado. E como não quero que fiquem por aí resquícios aproveito para eliminar deste bolg todos os meus postais anteriores. Obrigado a todos e até uma esquina qualquer deste tempo crepuscular cuja direcção se adivinha.

Valdemar Rodrigues

ESTE ESPAÇO SERÁ BREVEMENTE DESACTIVADO

Estimados Leitores comentadores e colaboradores do Gentes e Frente,
Por motivos que se prendem com os objectivos deste espaço e expressos na cabeceira do blog o mesmo vai ser desactivado dado a pouca ou nula participação dos colaboradores. O espaço ficará fechado à participação dos coloboradores a partir do dia 15 de Fevereiro 2008, até la e caso queiram e assim entendam, podem retirar postagem ou enviar alguma . Findo esse período o acesso será fechado no entanto o blog existirá para consulta.
Em meu nome e como editor deste espaço agradeço a todos os que estiveram por bem, nesta ideia desde o principio e pela ilusão que mostraram . Aos leitores e comentadores agradeço as visitas e as opiniões deixadas. Todos nós e eu particularmente fico grato pela vossa e generosa estima durante este periodo.

Cordialmente
António Delgado

domingo, 25 de novembro de 2007

PARA REFLECTIR

TANTO FAZ QUE SE GOSTE OU NÃO DE TOURADAS.

"OLHO COM ADMIRAÇÃO PARA AQUELES HOMENS E MAIS UMA VEZ ME INTERROGO SOBRE A SOLIDARIEDADE, A ENTREGA, O AUTO-SACRIFÍCIO EM BENEFÍCIO DO OUTRO, A CORAGEM, A BRAVURA E TUDO O MAIS QUE HÁ PARA DIZER, ALI DEMONSTRADOS."

Este vídeo assim como o comentário que destaco foram-me enviados por um grande amigo (A.F.) . Já vi várias vezes o vídeo e em todas elas os meus olhos brotaram lágrimas...será preciso aprendermos a ser forcados para sermos solidários uns com os outros?

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

HOJE É DIA DE PÃO POR DEUS

(Para falar da solidariedade social)


Hoje podemos ver magotes de crianças com sacas de cozinha na mão a percorrer as ruas, bater às portas, entrar pelos cafés, desinibidas, a pedir «pão por Deus». No passado e na região de Leiria, dizia-se «pedir o santoro» (do latim, «santorum», dos santos - pão dos santos) que era uma merendeira doce que os mais abonados coziam (e alguns ainda cozem) para oferecer neste dia. Uns ofereciam merendeiras; outros, frutos secos, rebuçados, uma pequena moeda...
Trata-se da sobrevivência dum antigo costume rural que tinha a função social de manifestar a solidariedade entre a vizinhança (o pão recebido podia satisfazer uma família durante alguns dias). Os mais abonados manifestavam-se solidários dos mais pobres, e todos passavam por bons vizinhos porque cada um oferecia do que tinha. Com a mudança sociológica dos últimos quarenta anos, o costume foi recuperado pelas crianças. A função social do costume mudou:; já não visa a satisfação das necessidades dos mais pobres. As crianças integraram-no na sua visão da vida e transformaram-no numa forma de lazer: sair de casa, percorrer as povoações, pedir para si, constituir um pecúlio (de moedas ou de bombons...). E passou a ser o «dia das crianças». Aí vão elas a fazer pela vida. Metem tudo o que lhe derem na saca. O que «ganham» é para elas, como se de uma garantia de autonomia se tratasse... Lazer infantil, certo, mas o ambiente continua a ser de solidariedade.
O dia 1 de Novembro podia bem ser consagrado o Dia Português da Solidariedade. Porque é que só vamos atrás dos «dias mundiais» disto e daquilo? «Há tantos ‘dias mundiais’ que já não fazem mossa», ouvi há dias. A solidariedade deve ser em todos os dias, mas o de hoje podia ser o seu dia oficial, simbólico. Como as crianças recuperaram para si o velho costume, elas próprias podiam, neste dia, serem levadas a reflectir no valor social da solidariedade.
A solidariedade social é o grande tema do presente, e com futuro. Também este sofreu uma evolução. Outrora, a partilha chamava-se caridade, assistência, misericórida... um valor religioso. Hoje, a solidariedade é um dever individual e colectivo, inscrito na estrutura do Estado e nos programas dos governos e das organizações supra-nacionais. Grande mudança. Na concepção tradicional, as populações só se sentiam obrigadas à solidariedade para com os seus conterrâneos e desde que estes fossem submissos, virtuosos, ortodoxamente religiosos, retribuidores ou agradecidos. A caridade era uma virtude privada; os estados não tinham essa atribuição. Com a modernidade, a solidariedade compete a todos em favor dos necessitados sem descriminação. No entanto, organizá-la e instituí-la constitui uma atribuição dos poderes públicos Só por estas mudanças, a modernidade - que muitos criticam sob vários aspectos - vale bem a pena.
Em Portugal, onde a modernidade veio tarde e se confunde com, apenas, as tecnologias, a solidariedade social ainda não é um valor tão afirmado como noutros países. No orçamento do estado português, a solidadriedade social já absorve uma boa fatia dos impostos (doença, desemprego, reforma, inserção social, socorros internacionais...). Mas ainda é pouco. Repare-se que os contribuintes se queixam muito (e com razão) do mau destino que é dado aos seus impostos. No entanto, quando gastos nas áreas da solidariedade social, nunca os ouvimos dizer que são mal empregues.
Os políticos e os autarcas deviam pensar nisso. A solidariedade social é a melhor «bandeira» que se pode arvorar em política. Se estivesse nas minhas competências dar-lhes conselhos, dir-lhes-ia que, em vez de gastar os impostos do povo em obras de prestígio e de fachada, ostentatórias, fingidoras de riqueza e com um valor simbólico relativo, fariam «muitos mais amigos» (no seu caso, eleitores), se os dedicassem prioritariamente à solidariedade social que, essa sim, é um valor de futuro, absoluto e universal.
Moisés Espírito Santo (sociólogo) In Jonal de Leiria 1 de Novembro de 2007

sábado, 27 de outubro de 2007

“Quando o antigo é um privilégio


A fiel reabilitação do Hotel Palace do Capitão, em São Martinho do Porto,
foi distinguida com o Prémio de Arquitectura Eugénio dos Santos,
da autarquia de Alcobaça

Quem vê hoje o Hotel Palace do Capitão, altivo e senhorial, desfrutando de uma vista desimpedida sobre a serena baía de São Martinho do Porto, não faz a menor ideia do desafio imposto a José Luís Fortunato, o actual proprietário, que apostou na sua reabilitação.

Gerir as exigências inerentes a um edifício classificado como património municipal e transformá-lo num hotel de «charme», conciliando as imposições da Direcção-Geral do Turismo e do IPPAR (Instituto Português do Património Arquitectónico), não foi tarefa fácil. Porém, o esforço valeu bem a pena e o projecto de reabilitação, da autoria do arquitecto Sousa Lopes, foi recentemente distinguido com o Prémio de Arquitectura Eugénio dos Santos, da autarquia de Alcobaça.

Reconstruir no sentido mais puro, recuperando o espírito clássico e distinto de outras épocas, foi a intenção da família Fortunato ao investir na conversão desta casa apalaçada, outrora pertença a uma das figuras mais ilustres da terra, o capitão Jaime Granger Pinto.

Edificado em 1917, segundo um projecto do arquitecto Ernesto Corrody, o palacete é um exemplo do estilo Arte Nova, que os actuais proprietários fizeram questão de manter. «Tentámos que a casa ficasse exactamente igual ao que era. Da fachada aos interiores e aos azulejos que faltavam. Com os azulejos datados do início do século passado tivemos até muita sorte, pois o capitão Granger guardou uma caixa extra, para uma qualquer eventualidade. Quem diria que quase cem anos depois seriam mesmo utilizados e dariam tanto jeito?», conta Tânia Fortunato, directora da unidade hoteleira e filha do proprietário.

Das escadarias aos murais e vitrais, passando pelos gessos que adornam os tectos, nenhum pormenor foi descurado. «Até a cor da fachada tinha de se aproximar o mais possível do salmão alaranjado envelhecido da cor original», reforça a responsável.

Pai e filha insistiram em manter a linha clássica, até na decoração e acessórios. «Achamos que o antigo é um privilégio. Por isso nem as portas quisemos das mais modernas e mantivemos o estilo de cortinados pesados, típicos daquele tempo, em tons «bordeaux». Já para não falar das camas, que são todas estilo D. Maria», realça a directora do espaço, que foi também a responsável pela decoração do hotel, complementando o trabalho do pai, que através da empresa Fortunato Construções reconstruiu o palacete.

Os onze quartos recuperaram o estilo de outrora, cada um ostentando uma cor, uma cama D. Maria e um tecto em gesso diferentes. Em comum conservam a ambiência clássica conjugada com os habituais confortos modernos, como a net ou o ar-condicionado.

Apesar de satisfeita com o reconhecimento conferido pelo prémio, Tânia Fortunato não poupa críticas às morosas burocracias que emperram os projectos de quem quer investir: «Este prémio é um estímulo, mas não compensa a espera dos três anos para abrir o hotel devido às várias exigências das entidades envolvidas, com investimento parado. Aqui, em São Martinho, os palacetes foram quase todos destruídos e no seu lugar nasceram novos edifícios. É muito injusto para quem quer investir na reabilitação».

Do Jornal Expresso do passado sábado.

Faço notar que esta reabilitação se ficou a dever a um investidor particular, que passou as passas do Algarve para conseguir desbloquear todo o processo burocrático que demorou três anos. E para recuperar um palacete na marginal de São Martinho do Porto, com esta qualidade. É preciso coragem, se atender-mos à rapidez com que são aprovados alguns “mamarrachos” nesta Vila.

Parabéns ao Hotel Palace, ao seu proprietário Sr. Fortunato, a sua filha Tânia Fortunato e a São Martinho do Porto. Finalmente a qualidade...
José Gonçalves

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Tribunal Constitucional: PSD recebeu financiamento ilícito da Somague em 2002




O PSD recebeu ilegalmente em 2002 mais de 233 mil euros em donativos indirectos da construtora civil Somague, revela um acórdão do Tribunal Constitucional, citado pela Lusa.

O Tribunal Constitucional deu como cabalmente provado que a Somague, SA pagou uma factura no valor de 233.415 euros por serviços prestados ao PSD e à JSD pela empresa Novodesign, embora afirme "ignorar o que fundamentou tal liberalidade", refere o acórdão, de 27 de Junho passado.
O documento, que já seguiu para o Ministério Público, conclui que o PSD violou a lei do financiamento dos partidos incorrendo em "ilegalidades objectivas" puníveis com coima não só ao partido como aos dirigentes partidários responsáveis, e perda a favor do Estado dos valores ilegalmente recebidos.

Por outro lado, as empresas envolvidas estão igualmente sujeitas a coimas, de acordo com a lei.
A factura suspeita foi detectada em 2006 durante uma inspecção do fisco à sociedade Brandia Creating - Design e Comunicação, na qual se integra a Novodesign, Companhia Portuguesa de Design.

Os inspectores encontraram uma factura emitida à Somague, com a data de 15 de Março de 2002, no valor de 233.415 euros, e outras sete, com a mesma data, cuja soma dava os mesmos 233.415, com a indicação "por serviços prestados ao PPD/PSD.
O pagamento por terceiros de despesas que aproveitam a um partido político é considerado um donativo indirecto, ilegal fora dos limites previstos, de acordo com a lei.

O TC aplicou a legislação em vigor em 2002, "mais favorável ao arguido". Donativos de pessoas singulares são aceites mas com um limite de 30 salários mínimos mensais por doador - à altura, 10.440 euros.

Durante a investigação, os inspectores da Polícia Judiciária verificaram que as sete facturas emitidas ao PSD tinham sido anuladas - a sigla tinha sido riscada e substituída pela da empresa Somague, SA.

Anexo às facturas, estava um documento interno que, na prática, dava a ordem para transformar as sete facturas emitidas ao PSD numa única, a emitir à Somague-S.G.P.S., SA.

A situação foi denunciada o ano passado pela Direcção-Geral dos Impostos à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP), que desde 2005 coadjuva tecnicamente o Tribunal Constitucional na análise das contas partidárias.
A acompanhar a denúncia foi uma informação da Direcção de Finanças de Lisboa com o exercício de 2002 da Somague - Sociedade Gestora de Participações Especiais.

Como os factos datam de 2002, e a ECFP só entrou em funcionamento em 2005, o procurador-geral adjunto em funções no Tribunal Constitucional remeteu os documentos ao Ministério Público, que promoveu a investigação suplementar, num processo que envolveu a ECFP e a Polícia Judiciária.

Nos fundamentos do acordão, para além das provas documentais, o tribunal valorizou os depoimentos de alguns responsáveis da Novodesign, que confirmam que os serviços foram efectivamente prestados ao PSD e à JSD e que, posteriormente, foram facturados à Somague. "Os elementos constantes dos autos provam que os serviços referidos nos sete pedidos de factura da Novodesign, emitidos em 15 de Março de 2002, no valor global de 233.415,00, foram prestados ao PPD/PSD e à JSD, mas foram facturados à Somague e pagos por esta sociedade, embora se ignore o que fundamentou tal liberalidade", refere o acórdão.

Contactado pelo Tribunal Constitucional no âmbito do exercício do contraditório, o PSD referiu que uma das sete facturas que lhe foram endereçadas foi liquidada por cheque e acrescentou que não foi encontrado qualquer registo das restantes.

Segundo o acórdão, o PSD acrescentou não estar "habilitado a prestar quaisquer outros esclarecimentos" por falta de suporte documental e por impossibilidade de contactar, "por ponderosas razões de saúde", então secretário-geral adjunto, responsável pela área administrativa e financeira.

As contas do PSD de 2002, bem como as dos outros partidos, já tinham sido julgadas em acórdãos de 2005 e de 2006 que multaram os partidos infractores e os responsáveis financeiros por irregularidades.

Apesar disso, o tribunal justificou a abertura de uma investigação suplementar afirmando que os dados novos de que teve conhecimento constituem "uma infracção autónoma" relativamente às infracções que foram sancionadas em 2005.

In: Luís Ramos/PÚBLICO (arquivo)

21.08.2007 - 12h59 Lusa

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Neste caso está Diogo Vaz Guedes, do movimento Compromisso Portugal, que vendeu a Somague aos espanhóis, o deputado europeu do PSD José Luís Arnaut, então ministro do governo de José Manuel Barroso, presidente da União Europeia !!! e Vieira de Castro que muito doente parece ir acabar sendo o bode espiatório ideal...

Quando é que os políticos portugueses dignificam a sua actividade, cumprindo a lei que lhes é aplicável?
E, como é que homens deste calibre pretendem ser governo de Portugal e impôr ordem e legalidade aos cidadão?!...

É a pouca vergonha total.
Esperemos para ver qual a punição que será aplicada, se é que alguma vez vai ser.

Já é hora de TODOS os políticos serem responsabilizados pelas ilegalidades que, conscientemente, cometem, para benefício próprio ou do aparelho político a que pertencem.





quarta-feira, 15 de agosto de 2007

LIÇÕES DA SOCIEDADE DE CONSUMO





"O suplicio de Tântalo atormenta os pobres. Condenados à sede e à fome, estão também condenados a contemplar os manjares que a publicidade oferece.



Quando aproximam a boca, ou estendem a mão essas maravilhas afastam-se. E se algo agarram, lançando-se ao assalto, vão parar à prisão ou ao cemitério. Manjares de plástico, sonhos de plástico.
É o plástico o paraíso que a televisão promete a todos e a poucos outorga. Ao seu serviços estamos.



Nesta civilização, donde as coisas importam cada vez mais e as pessoas cada vez menos, os fins foram sequestrados pelos meios: as coisas compram-te, o automóvel maneja-te, o computador programa-te, a TV Te Vê ".


desenho de elroto